Assim até eu que sou mais boba topo fazer: arrecadar com aval da prefeitura! Essa turma sabe muito bem o que está fazendo, bobos somos nós que não denunciamos mais essa maracutaia!

sábado, 20 de janeiro de 2007

Projeto Caça Níqueis

Encontramos na net, no site do Ministério da Cultura, algumas referências a esse misterioso "projeto" tão falado nestes dias de véspera de carnaval

A primeira referência é de 2005, quando o projeto já havia sido apresentado e não fora analisado até o dia 16 de dezembro daquele ano. O "projeto" tinha outro protocolo e outro nome (veja abaixo), talvez resultado de erro de digitação.

05 7335 Carnaval de Bauru: O Repertório da Maior Festa Popular Coletiva de Bauru

O "projeto" deve ter sido apresentado novamente em 2006 e foi aprovado nos termos a seguir:

Nº Pronac :065671 - Carnaval de Bauru: O Retorno da Maior Festa Popular Coletiva de Bauru

Proponente : Instituto Brasil Com

UF : SP Área: Artes Integradas Segmento : Carnaval Situação : Aguarda Captação de Recursos

Sumário do projeto: O objetivo do projeto é realizar o carnaval da cidade de Bauru/SP, nos moldes de Desfiles de Escola de Samba no Sombódromo da cidade, por meio de apresentações das Seis escolas de samba da cidade: Mocidade, Coroa Imperial, Azulão do Morro, Águia de Ouro, Tradição e Cartola.

Período de Captação : 01/01/2007 a 31/03/2007

Autorizado p/Captar R$: 2.032.414,80 Captado R$ : 0,00 Saldo a Captar R$ : 2.032.414,80


É de se notar que:

1. a captação poderia ter sido iniciada no começo do ano;

2. o "projeto" cita explicitamente todas as escolas de samba de Bauru, não poderia haver então discordância, pois todas elas supostamente sabiam do projeto; e

3. a proponente é outra que a anunciada pelos "empresários captadores", que chegaram a alegar que a Lesec havia procurado a Pró Cultura Marketing e Eventos que ninguém sabe como é que apareceu na jogada.


Agora é a hora de perguntar:

1. como é que a Lesec entrou em contato com a Pró Cultura?;

2. como é que o Instituto Brasil Com é o proponente do "projeto"?;

3. quem foi que nomeou os "empresários" daqui para fazerem a captação dos recursos?;

4. qual é o papel do senhor Secretário da Cultura nesse "imbróglio" todo?;

5. quanto sabe o senhor Prefeito sobre mais essa armação feita pelo seu Secretário da Cultura?


Esse questionamento se faz necessário e estamos sugerindo aos envolvidos, o senhor Prefeito, seu Secretário da Cultura, os representantes da Lesec, representantes do Instituto Brasil Com e da Pró Cultura, além dos "empresários" captadores, que realizem uma Audiência Pública na Câmara Municipal.

E que todos os interessados, além dos Vereadores, do Ministério Público e da Imprensa, tenham acesso ao tal "projeto" e que a divisão de trabalho, de responsabilidades e de eventuais "comissões" pela captação, fiquem bem esclarecidas e justificadas.

Damos essa sugestão por sabermos que há boatos, que circulam nos meios políticos e culturais, insinuando que o senhor Secretário da Cultura teria se reunido diversas vezes com os "empresários" da captação, muito antes do atabalhoado e intempestivo anúncio do "projeto".

Para que não pairem dúvidas sobre a lisura dos encaminhamentos anteriores, tão mal divulgados, feitos quase na surdina, à sorrelfa, e para que o "projeto" possa ter continuidade e que seja abraçado por todos os interessados, seria muito importante essa Audiência Pública.

Sem ela haverá muitas dúvidas que permanecerão o ano todo no ar e que poderão levar a que muitos façam mau juízo dos principais envolvidos até agora.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa idéia de Audiência Pública foi a melhor sugestão que até hoje já ouvi para esses projetos que se financiam através de renúncia fiscal.

Temos que moralizar essa coisa! Do jeito que está qualquer malandro pode apresentar projetos do porte desse do carnaval e sair por aí arrecadando e usando o peso e a estrutura da prefeitura para abordar possíveis financiadores.

Cabe agora ao senhor prefeito e aos vereadores, principalmente o presidente da câmara, levar adiante essa sugestão.

Vamos dar o exemplo a partir daqui, vamos transformar essa coisa que começou mal como uma bandalheira em um exemplo de Bauru para o Brasil.